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  • Foto do escritorPatrícia Bandeira

Sua carreira, seu melhor investimento

Atualizado: 11 de dez. de 2023

Um dos temas que mais recebem atenção nos dias de hoje é o da educação financeira. Infelizmente, esse é um assunto ainda não suficientemente difundido em nossa sociedade, dado que 70% das famílias brasileiras estão endividadas.


Diante desse cenário, existem muitos cursos e eventos apresentam métodos para lidar melhor com o dinheiro e organizar as contas. Entre as principais premissas, está a disciplina em poupar, evitando gastos supérfluos e despesas não necessárias, como comer em restaurantes ou despesas associadas ao lazer. Entre os vilões, está o famoso cafezinho após o almoço – em um dos eventos que participei, o palestrante reforçou que ao economizar R$10,00 que gastamos com o cafezinho todos os dias, em 10 anos poderemos comprar um carro com o montante de dinheiro poupado.


Ainda que a disciplina em poupar seja fundamental para uma vida financeira saudável, o caso como o do cafezinho e tantos outros me deixam inquieta. Entendo que são exemplos relevantes diante da realidade de um país endividado como o nosso, mas essa deve ser uma parte da solução, e não uma única estratégia para o enriquecimento. Cortar o lazer ou os pequenos prazeres do dia a dia, gastando somente com o essencial, tira o colorido da vida, além de ser insustentável a longo prazo. É claro que disciplina é importante, e um pouco de sacrifício sempre se faz necessário para alcançarmos nossos sonhos, mas manter isso como premissa de vida só pode nos conduzir a infelicidade.


Podemos usar a estratégia de economizar para se conquistar aquilo que realmente desejamos: comprar um carro, ter uma casa, fazer a viagem dos sonhos. Mas do que adianta passar a vida sem tomar um cafezinho pós almoço para pagar o financiamento do apartamento em 30 anos, fazendo da nossa vida apenas trabalhar para poupar? O dinheiro tem que servir para a nossa felicidade, e não o contrário.


Também não faz sentido dizer, para uma pessoa que ganha um salário mínimo, que se ela poupar R$100 por mês conseguirá comprar um imóvel no futuro. Esse valor é muito significativo na renda dessa pessoa: como vai economizar tudo isso quando se tem necessidades muito maiores no seu dia a dia? É um sonho quase inatingível diante de um cenário de tantas privações...


Nesse sentido, o melhor investimento que podemos fazer por nós mesmos é em nossa carreira. Como podemos nos tornar profissionais melhores, mais relevantes para o mercado e consequentemente mais bem remunerados: essa é a grande questão que efetivamente nos conduzirá para a riqueza. A educação financeira só é eficiente quando eu tenho em conjunto um planejamento de carreira.


Em um primeiro momento posso cortar o cafezinho para pagar a faculdade por exemplo, pois após formado poderei ter acesso a empregos melhores e consequentemente pagar o cafezinho e também a parcela do financiamento. Posso cortar o cafezinho para guardar dinheiro para abrir meu próprio negócio, e assim futuramente comprar um carro para ir a cafeteria mais próxima tomar meu amado cafezinho.


No caso da pessoa que ganha um salário mínimo, o foco não deve ser em poupar os R$100,00, mas em como essa pessoa pode se preparar profissionalmente para ganhar um salário adequado que então lhe permita poupar os R$100, visto que suas necessidades básicas estarão atendidas.


Pensar em carreira é fundamental para uma vida próspera. É por isso que precisamos de mais profissionais que atuem nessa área, para fomentar a reflexão e a importância de se planejar formas de crescer profissional e financeiramente, especialmente em um país como o nosso. Somente assim, podemos ter pessoas mais realizadas e mais ricas em todos os sentidos (sem cortar o cafezinho!)

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